Ele não sabia que era impossível, foi lá e fez

Noite de terça, teatro, conhecimento e muita sensibilidade. Steven Dubner, formado em Educação Física, impressiona a todos com a forma que vê o mundo. Ele trabalha com esporte há mais de 30 anos no auxílio a atletas, entre crianças, jovens e adultos, que possuem algum tipo de deficiência. É um dos fundadores da Associação Desportiva para Deficientes (ADD). Foi técnico da seleção brasileira em diferentes modalidades, trabalhou e competiu na América, Europa, Ásia e África, totalizando 22 países.

Steven marcou presença em Blumenau nesta terça-feira, 20, no Teatro Carlos Gomes, para ministrar a palestra “Ele não sabia que era impossível, foi lá e fez”, considerada uma das dez melhores do Brasil, pela Associação Brasileira de Recursos Humanos. Ao chegarmos no teatro, nos deparamos com aquela pessoa alta e de cabelos grisalhos, conversando, muito gentilmente, com as pessoas que ali estavam. A palestra ainda não tinha começado, mas ele já se encontrava no meio da plateia, conhecendo quem seriam seus espectadores.

Durante a palestra, o professor faz com que seu público dê risada e se emocione, às vezes, as duas coisas ao mesmo tempo. Com seus “yes!”, ora animado, quando conta uma história positiva, ora cabisbaixo, quando fala sobre algo um pouco triste, Steven mostra vídeos com cases de superação de alunos que possuem deficiência e nos faz entender que não há diferença alguma entre nós, andantes (que não possuem deficiência, como classificado pelo próprio) e eles. Isso, graças ao esporte e graças a pessoas como o Steven, que acreditou no potencial e nos sonhos de cada aluno.

Separei algumas das lições que aprendi durante a palestra:

1- Pessoas com deficiência não são “coitadinhas” e nem querem ser vistas como tal;

2- Uma pessoa com deficiência física pode levar uma vida tão normal quanto a de um andante; 

3- Que 95% das pessoas de todo o mundo são do bem, por isso, devemos acreditar mais umas nas outras;

4- Enxergue sua vida sob os SEUS olhos e não sob o olhar dos outros. É VOCÊ quem conhece a sua realidade;

5- O maior presente da vida é poder acordar de manhã e ter a consciência de que você ainda está aqui. Muitas pessoas sabem que têm uma ou duas semanas de vida e, ainda assim, querem viver esses poucos dias que restam da melhor maneira possível, mesmo que seja no hospital. Poder acordar e olhar, abraçar, sentir o cheiro das pessoas que você ama é gratificante. Comece a reconhecer isso;

6- Parar de reclamar de coisas idiotas. Aparência, por exemplo. Se é gordinho, magrinho, o que for, aceite como você é e ame-se;

7-  Uma pessoa, depois que supera sua deficiência física (independente do que a causou, seja um acidente etc.) faz piadas de si e também quer que os outros deem risada (com bom senso, por favor); 

8- Se você tivesse apenas um mês de vida, mudaria algo? Se a resposta for sim, tem algo de errado e você precisa consertar!;

9- O esporte resgata a vontade de viver, de evoluir e de se superar; 

10. Nós levamos dez beijos e um tapa por dia. Você deve aprender a gostar de levar ‘porrada’! Se ela não houvesse, não saberíamos valorizar os beijos;

11- E que… “yes!” Vibre, comemore, agradeça por cada momento de sua vida. “Yes!”