Filme da Barbie: um pedido de desculpas às mulheres?

Acabei de sair do cinema, e não acredito no que vou dizer: eu chorei ao assistir ao filme da Barbie! Estou impactada de verdade com tudo o que vi. E já adianto: de clichê não tem nada.

Com uma mistura de drama com comédia, o filme da Barbie é tão bem pensado em tantos sentidos, que nem sei dizer. É inteligente, divertido e emocionante (já disse que chorei, né?). 

O roteiro é criativo, os cenários são deslumbrantes e a atuação impecável da Margot Robbie não deixa dúvidas de que ela era a escolha certeira para interpretar aquela que é a boneca mais amada e odiada do mundo. 

O filme, com direção de Greta Gerwig, me surpreendeu de muitas formas, mas posso citar as principais: crítica ao patriarcado, ao capitalismo, ao fascismo, ao machismo, à submissão das mulheres e à busca incessante por padrões de beleza inalcançáveis. É a desconstrução de todos os estereótipos possíveis. 

Filme da Barbie
Margot Robbie no filme da Barbie / Arquivo pessoal

Inclusive, ver a Barbie sofrer com “defeitos” do mundo real pode ser interpretado como um pedido de desculpas a todas nós, mulheres, que fomos impactadas e/ou cobradas por sua perfeição que inexiste no mundo real. 

Afinal, se aquela que é a mais perfeita das bonecas, ainda que no seu fantástico mundo de plástico, também se mostra real e com problemas reais (oi, ansiedade, crise existencial e síndrome de impostora), o que esperar de nós, meras mortais? 

Ainda que entregando o nosso máximo, sempre nos sentimos insuficientes, por que perder tempo nos esforçando para sermos gostáveis? O filme da Barbie também nos incentiva a nos libertarmos das expectativas que o mundo coloca sobre a gente. 

Ou seja, é um convite para termos a coragem de nos empoderar através das nossas imperfeições. Coragem para ser quem somos, não o que os outros gostariam que fôssemos. Coragem para viver a nossa vida com as escolhas que fazemos, não com base nas expectativas alheias.

Filme da Barbie
Margot Robbie no filme da Barbie / Arquivo pessoal

Além disso, o filme da Barbie nos convida a pensarmos sobre a nossa finitude: vale a pena nos cobrarmos tanto para alcançar o inalcançável, considerando que o nosso tempo é limitado?

A reflexão que fica é: se são as nossas imperfeições que nos tornam únicas, por que essa busca exaustiva e utópica pela perfeição? Seja você mesma, ainda que isso signifique não saber quem você é (ainda). 

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