Ctrl+z

Sinto que precisava escrever este texto. Talvez porque eu ainda não consiga acreditar. Desde que a notícia chegou – em um primeiro momento como um suposto boato – eu preferia continuar acreditando que não passava de fake news.

Imagina, pessoas como ele não morrem nunca.

Mas a confirmação veio. Lembro bem daquela sexta-feira, dia 22. Fiquei sentada na cama, tentando assimilar. E o mais curioso foi que naquele exato momento lembrei do domingo passado quando eu tinha colocado um vídeo da banda Calypso no programa dele pra rodar no YouTube.

Fiquei perplexa.

Como?

Mas, como?

Como?

Não.

Eu cresci assistindo aos seus programas. Lembro de uma vez, eu tinha oito anos e estava na casa do meu pai. Eu estava ruim do estômago e a única coisa que me fazia sentir melhor naquele momento era ver o grupo Rouge em seu programa. Tenho essas imagens em minha memória até hoje (passaram-se 17 anos). Impressionante…

Primeira apresentação do Rouge no Domingo Legal, em 2002.

Rouge recebe disco duplo de platina no Domingo Legal, em 2002. 

Lembro também da primeira vez que vi a banda Calypso em um programa de TV. E adivinha? Foi no Domingo Legal. Na sala de casa, em uma TV de 14 polegadas. A Joelma usava aquele figurino rosa-choque e foi a apresentação mais longa da banda no programa. Também tenho memórias desse dia: eu tinha 11 anos e falava para minha mãe como a Joelma estava diferente (até então eu só conhecia a versão “DVD de São Paulo” dela).

Banda Calypso no Domingo Legal, em 2005. A apresentação mais longa da banda no programa: cerca de 2h de duração.

Quantos domingos na casa da minha avozinha assistindo ao programa dele e a banda Calypso em suas infinitas participações…

Banda Calypso no Domingo Legal.
Banda Calypso no Domingo Legal no dia 25/03/2007. Lembro bem desse dia pois foi quando meu sobrinho nasceu.

Agora, está tudo estranho. Parece que fica um erro no cérebro. O Gugu era eterno, imbatível, invencível. Como pode? Ele só caiu. Foi só isso. Só um tombo. Como, meu Deus?

Mesmo estando em outro plano agora, ele consegue unir nesta Terra todo um país que demonstra grandiosamente seu amor por ele. Coisa de humanidade mesmo, família, amor. Coisas que só um gigante como ele conseguia.

Ah… se fosse possível voltar naquele dia 21 de novembro e dar um ctrl + z no momento em que ele entraria naquele sótão…

Nos encontramos chocados com o fato, afinal, como pôde ter acontecido se só era uma manutenção no ar-condicionado? Ia e voltava. Rapidinho. Vapt vupt.

Mas não voltou. E isso só mostra o quão frágeis somos. Que é o aqui e o agora. Depois ou amanhã, a gente não sabe de mais nada.

Usamos tanto ctrl+z no computador que não compreendo como ainda não pudemos levar para a vida real…

Poxa, Gugu…

 

 

Deixe um comentário

Blog no WordPress.com.

Acima ↑